Homens x Mulheres: o eterno cabo de guerra

Homens x Mulheres: o eterno cabo de guerra

Quando a gente era criança sempre tinha algum jogo que o time era dividido em meninas X meninos, seja jogo de vôlei, queimado ou basquete. Sempre fomos estimulados a nutrir uma rivalidade entre gêneros que, aparentemente, era algo inocente, mas que aos poucos foi se transformando em algo tóxico nos relacionamentos. É aí que é preciso prestar atenção: continuamos nutrindo o cabo de guerra?

Estamos vivendo em uma era de relacionamentos superficiais. A forma como os homens e mulheres foram educados e a expectativa que a sociedade impõe acabam moldando as nossas ações nos relacionamentos. As VOZES EXTERNAS cobram posturas que estão desalinhadas com as nossas VOZES INTERNAS. E vira um duelo mental interno entre ser aceito ou ser rejeitado.

O menino foi ensinado a:
Não expressar seus sentimentos;
Só é permitido ter raiva;
Quanto mais frio, emocionalmente, melhor;
Não é permitido chora;
A vulnerabilidade é vista como fraqueza;
Razão é mais importante que emoção;
Precisa mostrar sempre a sua força e poder;
Tem que ser o provedor da casa.

A menina foi ensinada a:
Ser boazinha;
Tem que agradar;
Emoção é mais forte que razão;
Pode expressar sentimentos, mas desde que não magoem pessoas;
Tem que cuidar de tudo e de todos; 
Relacionamento é sinal de sucesso;
Tem que mostrar resistência para manter seu relacionamento.

Tudo isso favorece o NÃO DIÁLOGO nos relacionamentos. Isso gera um abismo enorme na conexão diária do casal. As conversas de hoje são superficiais. Cada vez menos falamos com verdade dos nossos sentimentos porque tudo vira um eterno cabo de guerra. A rivalidade da fase de criança volta a atacar. E sempre um dos lados precisa GANHAR a discussão, precisa ter RAZÃO. E qual criança gosta de perder? Nenhuma!

Quando você escuta da parceria que quer ter aquela DR, já dá aquele frio na barriga? A DR vira o desespero no relacionamento, principalmente para os homens que têm dificuldades de expor emoções, que são mais objetivos, não gostam de “perder tempo” falando de sentimento. “Chata pra caramba!”, “Fala muito!”, “Neurótica”, “Está de TPM, só pode”, “Está de mi mi mi”, “Não para de falar, quero ver meu futebol”, eles falam.
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Acho que todo mundo já passou por essa cena: os dois chegam em casa, sentam no sofá, ligam a TV e cada um pega o seu celular para viver no seu mundinho particular. Junta a correria do dia a dia, aquela eterna busca para cumprir a lista de tarefas intermináveis, além do cansaço e o pesadelo está montado: MENOS DIÁLOGO.

Às vezes uma das partes coloca a intenção de conversar, mas o diálogo não flui de forma acolhedora da outra parte. O diálogo segue na briga de foice, no cabo de guerra ou no apontar de dedos. Ou então, um ganha a DR punindo o outro com o seu eterno silêncio. Isso tudo é muito desgastante nas relações.  

Como você está nutrindo a sua relação? Você está reservando um tempo para construir diálogos saudáveis e acolhedores? Você está tentando entender os sentimentos do outro? Você está conseguindo expressar a sua voz do coração? Tudo isso é primordial para se aprofundar nas relações de forma nutridora e saudável.