Eu prefiro a rejeição do que continuar na sombra da ilusão

Eu prefiro a rejeição do que continuar na sombra da ilusão

“Rejeição” é uma crença limitante bem difícil de ser ressignificada.

A mulher foi ensinada a viver uma vida inteira para agradar o outro. Eu visto a máscara da “boazinha” que não reclama de nada, da “perfeitinha” que faz tudo para agradar e “espera” para ser vista e amada. Afinal, se “aparecer” muito é “put@”.

“Ficar pra titia”, “ficar solteira”, “mãe solteira” ou “viúva” são rótulos que, geralmente, as mulheres têm medo de ocupar porque a sociedade patriarcal enxerga como “fracasso”. Como uma mulher é independente sem um homem? O contrário não traz sentimento de fracasso e sim de sucesso e liberdade para o homem.

O “solteiro” é aquele homem foda que pode pegar geral, que pode sair a hora que quer, que é independente e faz o que quer. A “mulher solteira” que pega geral, que sai a hora que quer, é independente e que faz o que quer é “put@” no olhar da sociedade.

O “pai solteiro” é um “homem da porr@ que dá conta de cuidar da casa, do(s) filho(s) e ainda trabalha fora para garantir o melhor dentro de casa. Que homem maravilhoso! A “mãe solteira” que cuida da casa, do(s) filho(s) e ainda trabalha fora é uma coitada de uma mulher. Nossa, coitada, dá conta de tudo “sozinha”, SEM “fulano”. “Quem vai querer namorar com ela” agora com o(s) filho(s)?”. Isso se não falarem que ela está abandonando o(s) filho(os) pra trabalhar.

A mulher que não “arrumou” um homem até os 30 anos? “Vai ficar pra titia! Toma cuidado!”

Com medo de ser se encaixar em um rótulo de “rejeição” e “fracasso”, a mulher se molda para continuar cabendo em caixas e padrões impostos para “pertencer” ou “continuar pertencendo” e “tendo sucesso”. Muitas vezes consegue, mas fica afastada da VOZ do seu CORAÇÃO.

“Queremos a abundância de um banquete de Leão para matar a nossa fome, mas estamos comendo migalhinhas de pão como passarinhas enjauladas.” A carência bate à nossa porta e vira uma forma insana e desesperada de ser vista, ouvida, amada e ter “sucesso” no relacionamento. Porém, na maioria das vezes, pagamos caro para “pertencer” ou “continuar pertencendo”, nos adaptando a lugares que não deveriam ser “adaptáveis”, recebendo as migalhas diárias, caladas. “Engole o choro”.

Não fomos ensinadas a descobrir o nosso real valor. E se não sabemos o nosso valor, qualquer coisa que “recebemos” serve. É assim que queremos continuar nos nutrindo?