Olhamos para o Norte em busca de respostas
O que conseguimos enxergar lá no horizonte?
O que será que vai acontecer lá na frente?
Ficamos na ponta dos nossos pés, tentamos esticar nossos braços, forçar os nossos olhos na tentativa de enxergar alguma pista
Pegamos o nosso binóculo e focamos nosso olhar no ponto fixo como uma flecha certeira
Brincamos de videntes em controlar o futuro
Queremos controlar o incontrolável, a inconstância da vida, como se soubéssemos a direção que o vento vai soprar a cada dia
Logo o vento que é inconstante, que brinca de girar no rodamoinho, que serpenteia as montanhas, que faz as folhas flutuarem nas florestas
Corremos atrás dos ventos cíclicos do futuro, como crianças, brincando de pega-pega, como se fosse possível capturar, agarrar ou controlar a sua força
Ouvimos o seu barulho, seu som ao nosso redor. Shiiiiiii
Gritamos de volta pra ouvimos o nosso próprio eco na colina
Corremos atrás desse sopro, seguimos o rastro do vento, sentimos o seu calor tão pertinho
Quando achamos que já chegamos perto, os ventos se transformam como um redemoinho, um tornado espiral, girando tudo ao nosso redor
Os ventos da mudança vão transformando o presente, trazendo a leveza ao passado para finalmente atravessar as dimensões do futuro
Brincamos de alcançar o futuro, nos cansamos de correr pra chegar logo, o coração acelera e ficamos sem ar.
Achamos até que conseguimos voar mais rápido que os ventos como pássaros batendo as asas tão ritmadas como notas musicais
Quanto tempo falta? É logo ali. Será que está chegando?
Percebemos a nossa inocência, não conseguimos alcançar algo tão perto, mas tão longe.
Percebemos então que os ventos futuros podem estar espalhados em todas as direções como acontece com as plumas tão delicadas de dente de leão quando assopradas pelas nossas crianças
É tão lindo e mágico ver as plumas brincando de girar
Vento, me leva, me guia, me eleva, me assopra
Qual é o meu destino?
Tomo fôlego pra esperar, suspiro com as possibilidades infinitas do universo à minha frente