“Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas como o mar
Num indo e vim do infinito”
(Como uma onda – Lulu Santos)
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É muito louco o quanto as coisas mudam ao nosso redor. As águas que passam agora na cachoeira não são as mesmas águas de alguns segundos atrás. A onda do mar vai mudando a cada segundo, uma hora a onda leva, na outra a onda traz. Vai e volta, como uma roda gigante de um parque de diversões. Você olha pro céu, vê as nuvens correndo e cada segundo você identifica um formato diferente: leão, macaco, dinossauro. O tempo passa a cada segundo, a cada minuto, cada dia é um dia diferente, mesmo que seja o mesmo dia no calendário de um novo ano. “Então, é Natal. E o que você fez? Um ano termina e nasce outra vez”. Em um ano está tudo “normal” e no outro aparece uma pandemia. “Tudo muda o tempo todo no mundo”, na natureza ao nosso redor. E na nossa vida não seria diferente.
“Num indo e vim do infinito”, você já não é mais o mesmo de ontem e não será o mesmo amanhã. Não adianta querer ser o mesmo de anos atrás. A Priscila de um ano atrás é tão diferente da Priscila de hoje. E amanhã vai continuar mudando e mudando. Um dia triste, no outro feliz, em outro um pouco dos dois, essa é a nossa natureza cíclica.
“Não adianta fugir” do inconstante, das mudanças, das ondas revoltas. Não adianta tentar controlar o incontrolável, segurar um tsunami com as suas mãos. Não adianta controlar o tempo, não adianta querer que seja somente primavera o ano todo e que todas as estações produzam morangos só porque você gosta. Não adianta querer que tudo seja estável e calmaria no oceano da vida porque você não quer sentir um solavanco no seu barquinho de cristal. Não adianta “mentir pra si mesmo agora”, “Tudo passa, tudo sempre passará”.
“Há tanta vida lá fora” e aqui dentro também. Você quer segurar mais o que? Solta o fluxo e navegue as ondas que chegam.
